quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A VOC

Hoje em dia existem grandes multinacionais, como a General Motors ou a Microsoft, são empresas poderosas e têm capacidade financeira para terem fundos mais elevados que o PIB da maioria dos países do mundo. Mas não existe (e provavelmente não exisitirá nestes moldes) nenhuma que se aproxime do poder da VOC (Vereenigde Oost-Indische Compagnie), ou seja a Companhia Holandesa das Índias Orientais.
Esta empresa foi sem dúvida a mais poderosa que existiu senão vejamos:
- Foi a primeira empresa cotada em bolsa, de facto as primeiras acções que se conhecem eram da VOC, o que logo de inicio a tornou diferente de tudo o que existia até ai;
- Tinha no seu auge mais de 50 000 trabalhadores (é preciso ver que esta empresa existiu entre 1602 e 1798, não era propriamente fácil com as comunicações da altura montar um esquema destes);
- Tinha um exército privado de 10 000 soldados e mais de 190 navios;
Se acham que isto é pouco, ainda é de referir que cunhava a sua própria moeda!
Quando lemos algo sobre as colónias Holandesas, pensamos que era o governo da Holanda que as controlava, nada mais errado! esses territórios pertenciam à VOC. A empresa é que geria tudo, a unica obrigação era a de dar parte dos seus lucros ao estado.
Curiosamente a sua grandeza é que a destruiu: Dada a dimensão do seu exercito e armada privados metia-se frequentemente em guerras com outros países (principalmente Portugal) e nem sempre as coisas corriam bem. A corrupção minou a empresa por dentro e o próprio governo Holandês decidiu terminar com a influência que a VOC detinha sobre si.

Duas curiosidades:
1 - A VOC iniciou actividade principalmente porque os seus fundadores viram uma oportunidade única aproveitar a fraqueza dos Portugueses (na altura estavam unidos a Espanha) e conquistar os seus territorios. Como Portugal não controlava directamente o exército não podia fazer muito;
2 - A empresa era tão organizada que registava tudo o que se passava. Existe um site na internet (http://www.inghist.nl/Onderzoek/Projecten/DAS/voyages) onde estão expostas todas as viagens feitas pelos navios da VOC, a carga e o seu capitão. (lembro mais uma vez que estes dados têm mais de 300 anos!).

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A crise Islandesa


Fez agora em finais de Outubro, 1 ano desde que se deu a crise financeira na Islândia. Como é um país remoto, pouco falado e escassamente habitado, as noticias sobre o tema raramente têm grande destaque nos nossos noticiários.
Mas de facto esta crise dá muito que pensar. Principalmente por ter chegado tão rapidamente e por destruido por completo uma economia de um país inteiro, e sobretudo por ser... a Islândia que em 2007 tinha sido considerada como o melhor país do mundo para se viver.
A própria história económica do país é bastante curiosa. Pois há 100 anos atrás a Islândia (na altura colónia Dinamarquesa) era o 2º país mais pobre do mundo, apenas à frente do Congo (na altura uma colónia da Bélgica). Em 1944 aquando da sua independência era o país mais pobre da Europa. Ou seja em menos de 64 anos passou do fim da tabela para o seu inicio a nível mundial!
Mas voltemos à crise, como sabemos a Islândia não tem recursos naturais (exceptuando a energia dos vulcões e a pesca), portanto esta riqueza subita teve outra origem: o sistema financeiro. Os bancos Islandeses pensavam que as taxas iam ser baixas para sempre e que o crédito iria ser infinito e por isso investiam fortunas colossais no exterior, o que lhes rendia o capital suficiente para enriquecer o país. Ora com a crise mundial centrada neste tipo de atitude, naturalmente uma economia que dependia dos bancos... simplesmente faliu.
- A moeda Islandesa, a Coroa, desvalorizou-se totalmente e como o sistema financeiro da Islândia perdeu credibilidade a moeda consegue ser apenas melhor que a do Zimbabwe e do Turquemenistão;
- Os bancos Islandeses devem mais de 5 mil milhões de dólares ao Reino Unido;
- Até à crise os bancos Islandeses tinham mais de 140 mil milhões de dólares em património (9 vezes o PIB da Islândia), actualmente esse dinheiro não vale nada;
- O Reino Unido accionou uma lei anti-terrorista para congelar as contas Islandesas no país;
- É impossível enviar dinheiro para a Islândia pois os bancos não confiam no Banco Central Islandês;
- A Islândia teve de suportar a "humilhação" de aceitar um empréstimo das Ilhas Faroé e da Gronelândia, pois tirando estas nações, mais ninguém confia nos Islandeses;
- O desemprego é enorme, e mais de 10 000 Islandeses emigraram para o exterior, é de notar que a população não ultrapassa os 300 000 habitantes,
- O país neste momento só importa comida, medicamentos e petróleo;
- Provavelmente como maneira de combater a crise, a Islândia vai aderir à UE e ao Euro;
- O Mc Donald's encerrou no país. A ironia: A Islândia tinha o Big Mac mais caro do mundo, neste momento é o único país da Europa Ocidental sem esta cadeia de restaurantes;
- Obviamente o governo caiu e existe instabilidade política no país.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A década em 7 minutos

A Newsweek criou um vídeo que resume a década em 7 minutos. Obviamente centradíssimo nos Estados Unidos, mas apesar de tudo vale a pena ver, nem que seja pela ironia apresentada.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A Apreciar: Vieja Friendo Huevos (1618) - Diego Velázquez

National Gallery of Scotland, Edimburgo

A Espanha ofereceu ao mundo da arte vários pintores geniais, principalmente no século XX. Mas no século XVII, viveu aquele que para muitos foi de facto o maior artista Espanhol de sempre: Diego Velázquez.
Esta pintura pertence a um período em que Velázquez se dedicou essencialmente a representar cenas da vida quotidiana da sua cidade natal: Sevilha. Este pintor ficou conhecido por pintar os mais pobres, miseráveis e por vezes pessoas com deficiências, como os anões da Corte Real.
Infelizmente devido às limitações de espaço e resolução do blogue, não descortinamos tão bem o que destaca esta pintura: As sombras e os pormenores, como as mãos das personagens, utensilios e os próprios ovos. Tudo é representado ao detalhe.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Ver: Orphan


Quando vi o cartaz deste filme, pensei: "Olha mais um filme com uma criança demoníaca.", mas quando vi o trailer no cinema, vi que existia qualquer coisa mais.
Para começar basta dizer que nunca vi uma criança desempenhar tão bem um papel. A personagem principal é uma rapariga de 9 anos (a actriz tem 11 na vida real - uma criança) órfã que é adoptada por um casal que já tem dois filhos. A miúda tem qualquer coisa de estranho e começam a acontecer tragédias por onde quer que a rapariga ande.
Este filme é bastante psicológico e tenta mexer nas emoções do espectador, mas tem um ambiente agradável e familiar é estranho mas funciona.
Mas a grande herança do filme é mesmo a interpretação da órfã, que é tão boa que nos esquecemos que tem apenas 11 anos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Fox News vs Obama

Nos Estados Unidos existe uma organização ultra conservadora e ultra republicana denominada Fox News. Os EUA são um país livre e portanto estas organizações têm os seus direitos. O problema é que esta organização é o maior órgão de noticias do país. Esta cadeia de televisão tem um background sinistro, pois quando já se festejava a vitória de Al Gore em 2000, veio a Fox News desmentir e anunciar a vitória de Bush. E se a Fox diz é porque é verdade...
O seu novo alvo é Barack Obama, que é acusado de fascista, comunista, socialista, ditador, Hitler, Estaline, por querer que os Americanos tenham direito a um sistema de saúde universal. Como esta ideia dos seguros de saúde foi instituida pelo protótipo ultra conservador republicano de nome Nixon, não é de estranhar estes ataques.
Obviamente Obama cansado destes ataques declarou que a Fox News é uma organização politica e portanto vai ser combatida como tal.
Curiosamente não a tentou silenciar, nem mudou a sua administração como por cá acontece...